Neste 2º AVM,
desenvolveremos sobre o Radical, a Raiz e os Afixos.
O radical é o morfema que contém o
significado básico da palavra e a ele podem ser acrescidos outros elementos
mórficos, como as desinências e os afixos. Segundo Khendi (1999), de uma forma
bem sucinta, ele é a parte que permanece intacta quando sua estrutura é
modificada. Um bom exemplo, são as palavras a seguir:
Casa
Casebre
Casarão
Caseiro
Por terem um mesmo radical (destacado em
negrito) e significação semelhante, fazem parte da mesma família, ou seja, são
palavras cognatas.
Os radicais podem ser: adjetivais,
adverbiais, nominais e verbais. Podem ter uma estrutura simples (constituídos
por um único morfema, como cas-, radical simples de casa) ou complexa
(constituídos por mais do que um morfema, como nacionaliza-, de
nacionalização).
Obs: Em se
tratando de verbos, descobre-se o radical, retirando-se a terminação AR, ER ou
IR.
Exemplo:
Casar
Comer
Partir
A raiz é também, uma parte imutável. Ela
remete à semântica da palavra, seu contexto de criação (formação) e suas
transformações até a sua utilização atual. A referência da raiz é a
identificação básica de um grupo de palavras, por suas semelhanças gráficas.
A diferença existente entre radical e raiz,
baseada nos estudos de Rocha e Khendi, é que o primeiro é sincrônico e não leva
necessariamente o contexto histórico em consideração, já o segundo, diacrônico,
tem em sua essência a semântica e historicidade da palavra. Para clarear as
idéias e tirar qualquer confusão que esse morfemas tão parecidos, podem gerar,
deixo uma explicação bem direta:
RAIZ –
Elemento irredutível
RADICAL –
Elemento significativo
Exemplos:
RAIZ
Crença – Cr
Criança – Cri
Reduzir – Duz
Irredutível –
Dut
Evangelho –
Angel
RADICAL
O radical
classifica-se em:
1. RADICAL
PRIMÁRIO = RAIZ
Amigo – Am
Crível – Cr
Esquina – Quin
2. RADICAL
SECUNDÁRIO = PREFIXO RAIZ ou RAIZ SUFIXO
Reduzir –
Reduz
Esquina -
Esquin
Amigo – Amig
Criança –
Crianç
3. RADICAL
TERCIÁRIO = PREFIXO RAIZ SUFIXO
Amadurecer -
Amadurec
Entardecer -
Entardec
Enrijecer –
Enrijec
Os afixos são morfemas responsáveis por
transformar uma palavra primitiva em uma outra, derivada desta.
Ex:
Pedra (palavra
primitiva)
-eira (afixo)
pedra + eira =
PEDREIRA (palavra derivada de pedra, que tem um significado próprio, diferente
de sua palavra de origem)
Afixos são, portanto, morfemas que podem ser
ligados ao radical da palavra, formando assim uma nova palavra, chamada de
DERIVADA.
Dependendo do local onde se encontram, os
morfemas podem ser chamados de PREFIXOS, SUFIXOS ou INFIXOS.
PREFIXO:
quando o afixo é adicionado no início da palavra. Chamamos este processo de
derivação prefixal.
Exemplos:
Des confortável
Re fazer
Des leal
I legal
SUFIXO: quando
o afixo é adicionado no final da palavra. Este processo, por sua vez, é chamado
de derivação sufixal.
Exemplos:
Plant ação
Folha gem
Legal mente
Livra ria
INFIXO: quando
o afixo é adicionado do meio da palavra, dividindo-a em duas partes. Pode ser
uma consoante ou vogal de ligação entre duas raízes ou entre uma raíz e um
outro afixo.
Exemplos:
Gas ô metro
Cafe z al
Cafe t eria
OBS: Há ainda
palavras que recebem prefixos e sufixos ao mesmo tempo. Este processo de
formação de palavras é chamado de derivação parassintética.
Exemplos:
a manh ecer
a benç oar
E para concluir nosso estudo, associando a
palavra escrita ao seu contexto verbal e também visual, segue uma tirinha em
que é possível associarmos a imagem e as palavras com algo que já nos é comum,
justamente, devido à diacrônica.
Temos duas assimilações peculiares, uma da
palavra Man (estrangeirismo) que associamos com Homem, muitas vezes não só por
termos um estudo de língua inglesa, mas por lembrarmos-nos de desenhos animados
de nossa infância como o Super Man, ou o Spider Man e assim por diante, que
fizeram essa palavra ser associada à nossa língua materna de forma tão direta
que em alguns casos confundimos e esquecemos que não faz parte do nosso idioma.
E a outra assimilação é com a Laranja = fruta, que nos serve de alimento e que
na tirinha está sendo ameaçada. E com a Laranja= cor, que nos lembramos da cor
laranja ou alaranjada, como alguns chamam, que se aproxima do amarelo.
A distinção, se dá pelo contexto que
estamos vendo, lendo e mais uma vez associando através da bagagem de
informações que carregamos conosco, que continua sendo formada ao longo da
nossa vida.