quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Radical, raiz e afixos.



Neste 2º AVM, desenvolveremos sobre o Radical, a Raiz e os Afixos.

   O radical é o morfema que contém o significado básico da palavra e a ele podem ser acrescidos outros elementos mórficos, como as desinências e os afixos. Segundo Khendi (1999), de uma forma bem sucinta, ele é a parte que permanece intacta quando sua estrutura é modificada. Um bom exemplo, são as palavras a seguir:

Casa
Casebre
Casarão
Caseiro

    Por terem um mesmo radical (destacado em negrito) e significação semelhante, fazem parte da mesma família, ou seja, são palavras cognatas.
     Os radicais podem ser: adjetivais, adverbiais, nominais e verbais. Podem ter uma estrutura simples (constituídos por um único morfema, como cas-, radical simples de casa) ou complexa (constituídos por mais do que um morfema, como nacionaliza-, de nacionalização).

Obs: Em se tratando de verbos, descobre-se o radical, retirando-se a terminação AR, ER ou IR. 
Exemplo:
 Casar
 Comer
 Partir

     A raiz é também, uma parte imutável. Ela remete à semântica da palavra, seu contexto de criação (formação) e suas transformações até a sua utilização atual. A referência da raiz é a identificação básica de um grupo de palavras, por suas semelhanças gráficas.

   A diferença existente entre radical e raiz, baseada nos estudos de Rocha e Khendi, é que o primeiro é sincrônico e não leva necessariamente o contexto histórico em consideração, já o segundo, diacrônico, tem em sua essência a semântica e historicidade da palavra. Para clarear as idéias e tirar qualquer confusão que esse morfemas tão parecidos, podem gerar, deixo uma explicação bem direta:

RAIZ – Elemento irredutível
RADICAL – Elemento significativo

Exemplos:

RAIZ
Crença – Cr
Criança – Cri
Reduzir – Duz
Irredutível – Dut
Evangelho – Angel

RADICAL
O radical classifica-se em:
1. RADICAL PRIMÁRIO = RAIZ
Amigo – Am
Crível – Cr
Esquina – Quin
2. RADICAL SECUNDÁRIO = PREFIXO RAIZ ou RAIZ SUFIXO
Reduzir – Reduz
Esquina - Esquin
Amigo – Amig
Criança – Crianç
3. RADICAL TERCIÁRIO = PREFIXO RAIZ SUFIXO
Amadurecer - Amadurec
Entardecer - Entardec
Enrijecer – Enrijec

    Os afixos são morfemas responsáveis por transformar uma palavra primitiva em uma outra, derivada desta.
Ex:
Pedra (palavra primitiva)
-eira (afixo)
pedra + eira = PEDREIRA (palavra derivada de pedra, que tem um significado próprio, diferente de sua palavra de origem)
   Afixos são, portanto, morfemas que podem ser ligados ao radical da palavra, formando assim uma nova palavra, chamada de DERIVADA.
  Dependendo do local onde se encontram, os morfemas podem ser chamados de PREFIXOS, SUFIXOS ou INFIXOS.
PREFIXO: quando o afixo é adicionado no início da palavra. Chamamos este processo de derivação prefixal.
Exemplos:
Des  confortável
Re fazer
Des leal
I legal
SUFIXO: quando o afixo é adicionado no final da palavra. Este processo, por sua vez, é chamado de derivação sufixal.
Exemplos:
Plant ação
Folha gem
Legal mente
Livra ria
INFIXO: quando o afixo é adicionado do meio da palavra, dividindo-a em duas partes. Pode ser uma consoante ou vogal de ligação entre duas raízes ou entre uma raíz e um outro afixo.
Exemplos:
Gas ô metro
Cafe z al
Cafe t eria
OBS: Há ainda palavras que recebem prefixos e sufixos ao mesmo tempo. Este processo de formação de palavras é chamado de derivação parassintética.
Exemplos:
a manh ecer
a benç oar

    E para concluir nosso estudo, associando a palavra escrita ao seu contexto verbal e também visual, segue uma tirinha em que é possível associarmos a imagem e as palavras com algo que já nos é comum, justamente, devido à diacrônica.


  Temos duas assimilações peculiares, uma da palavra Man (estrangeirismo) que associamos com Homem, muitas vezes não só por termos um estudo de língua inglesa, mas por lembrarmos-nos de desenhos animados de nossa infância como o Super Man, ou o Spider Man e assim por diante, que fizeram essa palavra ser associada à nossa língua materna de forma tão direta que em alguns casos confundimos e esquecemos que não faz parte do nosso idioma. E a outra assimilação é com a Laranja = fruta, que nos serve de alimento e que na tirinha está sendo ameaçada. E com a Laranja= cor, que nos lembramos da cor laranja ou alaranjada, como alguns chamam, que se aproxima do amarelo.
     A distinção, se dá pelo contexto que estamos vendo, lendo e mais uma vez associando através da bagagem de informações que carregamos conosco, que continua sendo formada ao longo da nossa vida.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

A formação da palavra


         A palavra... o que seria da comunicação humana sem ela?
       Ao pensar assim, talvez tenha aparecido em sua mente os sinais, a linguagem de libras, os símbolos, enfim, inúmeras formas de associação com a palavra escrita que possa interligar significados.
     A palavra tem esse papel de ser transmitida de várias maneiras, mas sempre com uma intenção: Comunicar. Fazer com que pessoas, textos, sinais, se entendam harmonicamente, dentro de um âmbito semântico.
      Na morfologia, o conceito de palavra diz: “É a unidade formal da linguagem que pode constituir um enunciado.”.
    Sendo assim, com essa função tão inerente a condição humana, a palavra liga culturas e permite a vivencia do cotidiano.
      Como tudo tem uma base, um por que e uma formação, com a palavra não seria diferente. Daí entramos em um conceito de morfema: unidade mínima de significado. Através dele, no caso da junção de suas unidades, criamos os contextos enunciativos e formamos frases, textos, diálogos, enfim as expressões “físicas” do ato de palavrear, no caso a morfe, que é a materialização fônica e/ou gráfica do morfema.

Por exemplo:
A letra (a) – constitui um morfema feminino;
A letra (s) – constitui um morfema de plural.
E assim por diante, a junção dos morfemas, constroem significados dentro de um contexto.

De maneira bem sucinta, conseguimos unir e interligar, morfe, morfema, palavra e seu contexto, entendendo de forma prática a comunicação em um âmbito social.

Intenção do Blog



              Este blog tem por objetivo, transmitir os conhecimentos adquiridos na classe de morfologia, da Universidade de Brasília e trocar experiências, para acrescer a quem visitá-lo e também servir de guia de estudo no decorrer do curso.
              Espero atingir o objetivo e me ponho à inteira disposição para debater conceitos e ideias.